Compass processa Zillow por sua "proibição de Zillow", alegando violação antitruste

A gigante imobiliária Compass está processando o Zillow, alegando que o site de imóveis online está violando leis antitruste com uma nova regra que proíbe anúncios de imóveis em sua plataforma se eles aparecerem em qualquer outro serviço por mais de 24 horas antes de serem publicados no Zillow.
A regra da Zillow, anunciada pela empresa em abril, entrou em vigor em 28 de maio, com a empresa dizendo que o novo padrão é necessário para garantir que os anúncios sejam "comercializados para todos os compradores" para dar aos caçadores de imóveis "acesso justo aos anúncios sem ter que ter acesso por trás de uma corda de veludo controlada por qualquer empresa".
Mas a Compass, que busca dar a alguns clientes uma vantagem competitiva anunciando imóveis antes que eles apareçam no Zillow e em outros sites, alega que o que chama de "proibição do Zillow" viola as leis antitruste federais. A imobiliária alega que o Zillow está se aproveitando de sua posição dominante no mercado para impor o bloqueio a anúncios fora de seu site, e que o objetivo é prejudicar a concorrência, de acordo com o processo.
"Este processo visa proteger a escolha do consumidor", disse Robert Reffkin, CEO da Compass, em um comunicado. "Nenhuma empresa deveria ter o poder de proibir agentes ou anúncios simplesmente porque não seguem o modelo de negócios da empresa."
Ele acrescentou: "Isso não é competição. É coerção. Imagine se a Amazon banisse um vendedor por oferecer um produto em seu próprio site primeiro. É o que a Zillow está fazendo no mercado imobiliário. Os consumidores deveriam ter o direito de escolher como vender seus imóveis."
A Compass informou que contratou Ken Dintzer, sócio da divisão antitruste do escritório de advocacia Crowell & Moring, que liderou o processo antitruste do governo dos EUA contra o Google, para representá-la no processo.
O Zillow não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Exclusividades privadasCom a ação judicial, a Compass defende sua estratégia de marketing tripla para anúncios de imóveis, que, segundo ela, pode atender melhor aos vendedores. O primeiro passo da estratégia é um anúncio "privado e exclusivo", disponível na plataforma interna da Compass, que permite que seus corretores compartilhem informações sobre o imóvel com possíveis compradores.
O segundo passo envolve um anúncio "em breve" no site da Compass, disponível para qualquer pessoa que pesquise imóveis online. O terceiro elemento envolve a migração do anúncio para múltiplos serviços de listagem, ou MLS, e para sites de agregação como o Zillow.
"Para a Zillow, cada busca por um comprador de imóvel realizada no Compass em vez da Zillow é uma oportunidade perdida para a Zillow prender esse possível comprador ao ecossistema da Zillow e ganhar dinheiro vendendo suas informações para corretores imobiliários por uma taxa inicial — o modelo de negócios central da Zillow", alega o processo.
A reclamação alega que "a Zillow não gosta da estratégia de marketing em três fases porque não consegue ganhar dinheiro vendendo leads de listagens na Fase 1 e Fase 2, onde não há listagens disponíveis".
A Compass, que tem mais de 33.000 corretores imobiliários, disse que quase metade de todos os vendedores que assinaram com eles confiaram em sua estratégia de listagem de três etapas no primeiro trimestre.
"Em um mercado livre e competitivo, os produtos e estratégias dos concorrentes devem crescer e cair por mérito — não pelos caprichos de um monopolista como o Zillow", alega a Compass no processo.
Aimee Picchi é editora-gerente associada da CBS MoneyWatch, onde cobre negócios e finanças pessoais. Anteriormente, trabalhou na Bloomberg News e escreveu para veículos de notícias nacionais, como USA Today e Consumer Reports.
Cbs News